O direito de expressão e representação

Tempos atrás tive a oportunidade de ler um artigo que falava sobre o silêncio da maioria diante das investidas do Estado e de ONGs em relação à família e aos valores fundamentais da sociedade. É um silêncio que está permitindo que ideologias contrárias à família sejam apresentadas nos meios de comunicação e nos ambientes educativos, como vontade da maioria e fundamento de um estado democrático e pluralista.

São ideologias que contam com o apoio explícito de agências da ONU, principalmente após as Conferências do Cairo e de Pequim, e visam limitar a autonomia da família no exercício de seus direitos fundamentais. Muitos países elaboraram políticas sociais, demográficas, fiscais e econômicas que estão desestabilizando a família e, por consequência, desestabilizando toda a ordem social. As consequências são devastadoras em todas as regiões: fortalecimento da violência, do individualismo, desrespeito aos mais frágeis e o uso de drogas.

A sociedade não terá futuro se continuar propagando o enfraquecimento de sua estrutura básica: a família. Os participantes da plenária do Pontifício Conselho para a Família já alertaram, em 1996, que ‘A família é a base de uma sociedade forte e de sua economia. Se a família prospera, a sociedade é forte’.  Caso queiramos realmente construir um estado democrático e participativo, precisamos fortalecer a família e os órgãos que a representam.

A maioria silenciosa precisa levantar-se e, ‘através de processos democráticos de participação, fazer com que o estado reconheça a autonomia da família, os seus direitos e os seus valores como comunidade que constrói o futuro’ (A família e a economia no futuro da sociedade: L’Osservatorio Romano, 16.3.1996, p. 4).

Os cristãos e as pessoas de boa vontade, comprometidos com a defesa da vida e da família, devem estudar e denunciar os documentos e projetos contra a vida e a família, provenientes de organismos internacionais e nacionais, de organizações do estado e não governamentais. Não podemos mais aceitar silenciosamente que outros decidam o que deve ser nossa família, no que devem crer nossos filhos e que futuro os espera. Nós precisamos, com nossos filhos e as famílias do Brasil, decidir à luz da fé nosso presente e construir nosso futuro. 

 

 

Dom Sergio de Deus Borges - Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana