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Diálogo interrreligioso

Diálogo é importante para o desenvolvimento do raciocínio e o entendimento entre as pessoas. Quando mais diferentes forem as opiniões e as pessoas, mais necessário seria o diálogo. Pense no bom resultado que podemos ter: 1) no diálogo entre as gerações; 2) no diálogo entre governantes; 3) no diálogo entre os especialistas de várias ciências e 4) no diálogo entre as religiões.

Você pode estar pensando: Mas às vezes não dá certo. É verdade. O diálogo pode não funcionar, principalmente quando as pessoas dizem que estão dialogando e de fato estão fazendo outra coisa bem diferente. Nem tudo que é chamado diálogo realmente merece esse nome. Às vezes a gente se irrita porque o outro tem um ponto de vista diferente. Mas que tal tratar essa diferença de outro jeito? Aí ficaríamos conhecendo melhor o outro, e também aprendemos como o nosso modo de ser e de pensar é percebido. Gandhi afirmava que ser capaz de entender o ponto de vista de alguém é um presente inestimável: ganhamos um outro ponto de vista segundo o qual nos enxergamos.

O diálogo não exige que o outro passe a pensar como nós. O diálogo é um sucesso quando as duas partes passam a se compreender melhor, mesmo que continuem com opiniões, crenças, prioridades diferentes.

Os dois grandes inimigos do diálogo são a vontade de dominar (que nos faz querer vencer o outro) e a indiferença (que nos faz esquecer que o outro existe). No livro do Gênesis 11,1-9, a Bíblia tem uma história que ilustra bem essa questão. É o relato da torre de Babel. O relato da torre de Babel é um símbolo da dificuldade encontrada no diálogo quando aparecem a vaidade e o jogo do poder.

Entre diferentes Igrejas cristãs (católicas, evangélica, ortodoxa, anglicana) há um processo de diálogo, oração em comum e parceria em defesa dos direitos humanos. A busca da unidade no meio da diversidade do cristianismo constitui o que chamamos ecumenismo.

Entre religiões diferentes (cristianismo, judaísmo, islamismo, budismo, hinduísmo, religiões africanas e outras) busca-se conhecer e valorizar o que há de bom em cada religião, respeitando a fé alheia, partilhando o que for possível e procurando juntos o melhor para a humanidade. É o que se chama diálogo interreligioso.

Portanto, ecumenismo e diálogo inter-religioso tratar-se do sentimento religioso do outro como gostamos que tratem o nosso. Na Igreja Católica, o Concílio Vaticano II (1962-1965) assumiu com clareza a proposta ecumênica, o respeito à liberdade religiosa e a valorização do que há de bom em outras religiões.

Refletir:

Como você pensa que Jesus gostaria que as Igrejas cristãs se relacionassem umas com as outras? Você percebe preconceitos no ambiente em que vive? Que sinais mostram isso? E o que poderia ajudar a vencer esses preconceitos?

Autora: Profa. Susana Aparecida da Silva (Mestranda em Teologia da PUC-SP)